O contato telefônico ainda é um dos principais meios utilizados por fraudadores para enganar consumidores.
Aposentados, pensionistas e servidores públicos estão entre os mais vulneráveis, já que recebem constantemente ligações oferecendo empréstimos consignados ou renegociações de dívidas.
A promessa quase sempre é sedutora: crédito rápido, juros baixos, condições especiais. No entanto, por trás da aparente vantagem, escondem-se armadilhas que podem gerar graves prejuízos financeiros.
Identificar as estratégias utilizadas pelos criminosos é essencial para evitar ser vítima desse tipo de fraude.
Principais táticas usadas pelos fraudadores:
1. Solicitação de Pagamento Antecipado
Um dos golpes mais comuns ocorre quando os criminosos exigem que a vítima faça um pagamento antecipado para liberar o empréstimo.
Alegam tratar-se de taxa administrativa, seguro ou garantia.
Essa prática é ilegal, pois bancos e financeiras não exigem depósitos prévios para conceder crédito.
2. Ofertas com Prazo Limitado
Os fraudadores pressionam a vítima a decidir rapidamente, alegando que a oferta é válida apenas por tempo limitado ou que existem muitos interessados.
Essa pressão psicológica busca impedir que a pessoa reflita ou verifique a veracidade da proposta.
3. Uso de Números Falsos e “Spoofing”
Por meio de técnicas como o spoofing, os criminosos conseguem mascarar o número real da ligação, exibindo na tela do celular um telefone que parece legítimo, muitas vezes idêntico ao de uma agência bancária.
Isso transmite uma falsa sensação de segurança, levando a vítima a acreditar que está falando com seu banco.
4. Falsa Verificação de Crédito
Outra armadilha é a chamada pré-aprovação de crédito.
O golpista afirma que precisa de informações pessoais e bancárias para concluir a análise. Na prática, utiliza esses dados para cometer fraudes, contratar empréstimos em nome da vítima ou até abrir novas contas fraudulentas.
5. Uso de Informações Roubadas ou Falsificadas
Em alguns casos, os criminosos já possuem dados pessoais da vítima — como CPF, endereço ou até informações bancárias — obtidos em vazamentos ou de forma ilícita. Com esses elementos, passam maior credibilidade, convencendo o consumidor de que se trata de um contato legítimo.
Essas informações também podem ser usadas para abrir contas ou realizar transações fraudulentas em nome da vítima.
Embora a fraude seja cometida por terceiros, a jurisprudência brasileira é clara: trata-se de um fortuito interno, inerente à atividade bancária. A Súmula 479 do STJ estabelece que:
“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.”
Portanto, cabe às instituições financeiras investir em mecanismos de segurança que identifiquem operações suspeitas e proteger seus clientes contra esse tipo de fraude.
Como se proteger dessas práticas:
- Desconfie de exigências de pagamento antecipado. Nenhum banco legítimo cobra taxas antes da liberação do crédito.
- Evite decisões apressadas. Analise a proposta com calma e compare condições com outras instituições.
- Verifique o número de telefone. Utilize apenas canais oficiais do banco para confirmar informações.
- Não forneça dados pessoais ou bancários por telefone. Sempre confirme a legitimidade do contato.
- Denuncie imediatamente. Em caso de suspeita, registre boletim de ocorrência e comunique o banco e órgãos de defesa do consumidor.
As fraudes por telefone envolvendo empréstimos representam uma das maiores ameaças ao consumidor brasileiro, sobretudo para aposentados e pensionistas.
No entanto, ao conhecer as táticas utilizadas pelos criminosos e adotar medidas preventivas, é possível evitar prejuízos e manter a segurança financeira.